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ÂMBITO PREVENTIVO E DE REABILITAÇÃO TERAPÊUTICA
Quem poderá beneficiar de Musicoterapia?
A musicoterapia pode intervir em qualquer fase da vida da pessoa: desde a fase pré-natal até aos cuidados terminais. Pode actuar nas áreas da pediatria/desenvolvimento, multideficiência, reabilitação neurológica e biopsicossocial, saúde mental, pedopsiquiatria, psiquiatria e gerontologia, nos âmbitos da prevenção, recuperação de funções ou minimização de perda de competências (cuidados psicogeriátricos e paliativos). Em função das medidas terapêuticas definidas pela equipa multidisciplinar para cada utente, a musicoterapia poderá ser utilizada no âmbito de uma primeira abordagem ou como terapêutica complementar.
Deste modo, o profissional de Musicoterapia poderá realizar o seu trabalho em dois âmbitos específicos:
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Âmbito preventivo, referente às intervenções nas quais a música é utilizada num percurso de desenvolvimento pessoal. Os contextos que prevalecem são:
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Acompanhamento pré-natal, do parto e em neonatologia;
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Situações de risco identificadas, que podem conduzir ao desenvolvimento de uma patologia;
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Percurso de desenvolvimento pessoal;
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Âmbito da reabilitação terapêutica, respeitante a todos os contextos centrados na reabilitação e estimulação do potencial de funções neurológicas comprometidas, que não evoluíram ou regrediram, restituindo-se ao utente um conjunto de estratégias orientadas, de modo a aumentar a oportunidade de desenvolvimento de competências sociais e expressivas e suporte afectivo. Os contextos que prevalecem são:
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Dificuldades sociais e comportamentos desviantes;
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Perturbações emocionais;
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Perturbações do desenvolvimento, nomeadamente paralisia cerebral, perturbações do espectro do autismo ou alterações cromossomáticas, como síndrome x-frágil, síndrome de Williams, síndrome de Rett ou trissomia 21;
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Défices sensório-motores e perceptivos;
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Défices cognitivos / perturbações do desenvolvimento intelectual;
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Perturbações neuropsicológicas;
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Perturbações psiquiátricas;
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Dependências químicas;
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Deterioração das funções cognitivas e quadros demenciais;
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Oncologia, cuidados paliativos, estados alterados de consciência e intervenção no luto;
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Objetivos da intervenção musicoterapêutica
O profissional de Musicoterapia utiliza os elementos sonoro-musicais para atingir objectivos no âmbito da prevenção e reabilitação, que poderão ser os seguintes:
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Desenvolver e fortalecer os recursos de integração do Self ;
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Utilizar o processo de construção musical para conter desregulações emocionais, expressadas ao nível físico e psicológico;
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Melhorar competências comunicativas e relacionais;
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Melhorar a adaptação do indivíduo ao seu contexto;
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Promover a integração/reintegração social do indivíduo;
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Identificar e valorizar aspetos motivacionais e o potencial do indivíduo;
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Promover a aquisição/reabilitação de funções neuropsicológicas;
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Promover o conhecimento e o crescimento pessoal;
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Desenvolver a criatividade individual e a elaboração do pensamento abstracto;
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Apoiar sistemas familiares em risco.
Áreas de Intervenção da Musicoterapia
Maternidade (vinculação e expressão emocional na Gravidez)
Neonatologia
Intervenção Precoce
Perturbações do Desenvolvimento (Autismo, Paralisia Cerebral, PHDA, dislexia...)
Pedopsiquiatria (comportaamento, vinculação, autonomia, auto-regulação,...)
Saúde Mental e Psiquiatria
Reabilitação Social e Intervenção Comunitária
Medicina Física e Reabilitação (pós-AVC, traumatismos crânio-encefálicos,...)
Oncologia / Dor Crónica
Psicogeriatria / Demências (doença de Alzheimer, demência fronto-temporal,...)
Cuidados Paliativos
Prevenção e Bem-estar
Musicoterapia Hospitalar
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Reequilíbrio dos níveis fisiológicos (cardíacos, arteriais, respiratórios, tensão muscular, etc.);
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Estimulação e integração sensorial (ao nível cinestésico, equilíbrio proprioceptivo, tónico, vibração táctil, audição, visão);
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Manutenção, activação e coordenação motora e sensório-motora;
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Resposta galvânica da pele / expressão emocional relacionada com a hospitalização;
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Movimentos peristálticos com música e movimento;
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Activação de funções neurológicas reflexivo-executivas.
Perturbações do Espectro do Autismo
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O “fazer música” tem inerente a si uma grande componente motivacional para estas crianças, é um ambiente não-invasivo e a ausência de julgamento crítico dá-lhes a oportunidade de mostrar capacidades “escondidas”;
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Musicoterapia eficaz na melhoria da iniciação da ATENÇÃO CONJUNTA/PARTILHADA e resposta a propostas de atenção (Kim, Wigram & Gold, 2008);
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Musicoterapia eficaz na melhoria da IMITAÇÃO E RECIPROCIDADE/ sincronização associada a posterior desenvolvimento da linguagem e competências sociais / aumento adequado dos comportamentos sociais (Geretsegger et. al., 2012);
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Diminuição das estereotipias motoras e verbais (ecolália) com actividades rítmicas;
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Aumento de VERBALIZAÇÕES, gestos e compreensão da comunicação verbal através das canções;
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Aumento dos ACTOS COMUNICATIVOS ESPONTÂNEOS/ envolvimento com os outros / socialização (Molnar-Szakacs et. al., 2009).
Benefícios ao nível do Sistema Nervoso Central no Autismo e outras Perturbações do Desenvolvimento da Criança
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Contacto visual e táctil (melhorias na perturbação hipercinética);
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Diminuição da ecolália e comportamentos repetitivos e/ou agressivos (aumento da produção de serotonina com música);
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Facilita a criatividade / memória de reminiscência (activações no corpo caloso);
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Contribuição para organização do pensamento (planeamento / activa córtex pré-frontal);
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Estimulação das respostas de neurónios-espelho (imitar musicalmente é aprender);
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Exteriorização de sentimentos e promoção da auto-regulação emocional (ligação do córtex auditivo com o sistema límbico / libertação de endorfinas em Musicoterapia)
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Prazer / motivação (dopamina) / romper padrão de isolamento
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Melhoria da qualidade de vida da criança e da sua família
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A Musicoterapia é livre de efeitos colaterais
Edgerton, 1994; Escalona et al., 2002; Gold, Wigram & Elefant, 2006; Iseri, Guney, Guvenk et al., 2014; Kim, Wigram & Gold, 2008; Trevarthen, 2002.